O telefone despertou às 6h30 em pleno domingo, bem frio, em Embu. Após práticas intensas de yoga, na sexta e no sábado, meu corpo estava moído. Me arrastei para a sala e, em vez de fazer aquecimento, dei uma boa espreguiçada, optei por uma massagem na nuca e nos ombros, e anotei um sonho não muito agradável que tive na noite passada.
Ah, os sonhosRecebemos instrução para prestar atenção em nossos sonhos, especialmente durante esses intensivos. Ontem, a Rose veio contar que tinha sonhado comigo. Uau, que bacana. Eu te disse algo revelador, profundo?
"Não, você só comentava que não gostava de ovo cozido, somente de ovo frito." E o pior é que não estou inventando isso para parecer engraçadinha.
Kapalabhati = crânio brilhante, em sânscritoKalidas entrou na sala e eu torci para que ficássemos muito tempo em meditação. Foram apenas dois minutos. Ai, não, - pensei, lá vem os asanas. Mas, coisa rara, vieram pranayamas (exercícios de respiração, que dão bastante vitalidade ao corpo). Sessão prolongada de kapalabhati e respiração alternada, que me abriram os sentidos e nocautearam as resistências internas. Seguimos com sequencias de Saudação ao Sol e depois uma sessão forte de retroflexões. Já era nove da manhã e o Kalidas pergunta: vocês ainda têm energia? Respondi: claro, energia para passar manteiga no pão e tomar café!
Ando meio desbocada ultimamente, ainda mais quando afloram meus instintos de sobrevivência (he he he) Não consigo ficar tantas horas em jejum. Minha caverna yogue no plateau do Tibete teria que ser revestida com camadas e camadas de edredon quentinho, com luzes indiretas e cozinha farta.
Música!Cheguei em casa às cinco da tarde e corri para pegar o último resquício de Virada Cultural, leia-se show do Titãs, na Avenida São João, centrão de Sampa. Infelizmente, meus amigos se atrasaram e acabei ouvindo umas poucas músicas pingadas (respiremos a frustração). Pelo menos rolou o top hits da minha adolescência em Floripa: "Sonífera ilhaaaaaaaaaa, descansa os meus olhos, sossega a minha boca, me enche de luuuuz". Eu, Talia e Naomi escutávamos sempre antes de sair para dançar no Lalitute 27°, aquele pertinho da Praia Mole.
Voltei sozinha de metrô e o passageiro do banco ao lado puxou papo. Gostou da Virada? Esse teu sotaque é do Sul? Quer tomar uma Coca?
Nos filmes, claro, o cara é gatão e te convida para degustar queijos e vinhos pela cidade até o amanhecer. Na vida nossa de cada dia, a gente sai correndo do rapaz de aparência duvidosa e da Coca-Cola.
E vem escrever no blog?