Sunday, January 28, 2007

"Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobrir a alegria de transformar distância em tempo.

Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência.

E para se chegar aonde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão.
É preciso, antes de mais nada, querer"
(Amyr Klink, "100 dias entre céu e mar")

~° Dia ensolarado em Jurerê. Michele ainda se recupera de um piriri. Não vai rolar, então, trilha para Lagoinha. Deve ser meu carma. A pousada Guzzo-Wittmann continua perfeita :)

Uma amiga de Belém contou que por lá meu sobrenome Piva significa mulher vadia, piriguete mesmo. Hã?!

Thursday, January 25, 2007

Eu sumi, sim

... mas é por um ótimo motivo. Ou vários:
Estou em Santa Catarina, visitando meus pais em Itapema (hoje fez um dia paradisíaco de sol e praia). Michele, minha fofurinha da Holanda, me acompanha nas aventuras Telma&Louise (versão sem Brad Pitt).
Amanhã sigo para Floripa, dar aquele abração na Tati PéNaJaca e Gil. Toda vez que menciono que farei a trilha da Lagoinha da Leste acaba chovendo, por isso deixo em segredo.
Depois conhecerei Foz do Iguaçu, um antigo sonho de infância.
Pegarei ainda as bençãos do Cristo Redentor no Rio e pretendo alugar um cavalo para conhecer a tal Estrada Real do Ouro, no arredor de Tiradentes. Degustar as boas cachaças de Minas? hmmm boa idéia.

Não sei quando volto, ou para onde, ou por que. Mas volto. Ah, volto.

Como diz a Cinthia, beijos para quem merece!

Thursday, January 18, 2007

From the series Dance Like Nobody is Watching




Imaginary music, lively movements.
Photos by Leonardo Barbosa
Alter do Chão, Christmas 2006

Wednesday, January 17, 2007

Rumo à Ilha de Algodoal, chuchuzíssima


Ao norte de Belém existe um recanto ripongo. Reggae, rock e beats eletrônicos dão um ar alternativo à ilha de Algodoal. Um verdadeiro descanso para os ouvidos dos não muito fãs de Callypso e bandas de brega. Posted by Picasa

Em apenas um dia, saímos de Marajó para chegar até aqui. O despertador tocou às 3:50 da madrugada. Rolou kombi+ balsa (atrás de um búfalo fazendo xixi) + ônibus para o porto (que furou o pneu) + micro-ônibus emergencial + navio/balsa de 3 horas de Marajó para Belém + ônibus de quatro horas de Belém até Marudá + rabeta (pequeno barco com motor barulhento) de 40 minutos para Algodoal. Canseira que foi recompensada.

De dentro da rabeta, onde vi o arco completo de um arco-íris (liiindo!) e um belo pôr-do-sol após a chuva que agitou bastante o mar e fez balançar bem o barquinho. Posted by Picasa

Com a patinha sobre a minha perna, o gato prepara-se para atacar a camera ;) Posted by Picasa

Vista da janela do quarto da Pousada Boiador, no centrinho de Algodoal Posted by Picasa

Pescaria preguiçosa. Eles constróem essas redes fixas e esperam a maré encher e esvaziar, para então coletar os peixes que ficaram retidos :) Posted by Picasa

Caminhada de 1 hora até a Vila de Fortalezinha. Na foto aparecem Rodrigo, Bruno, o pequeno Guido (todos de Belém) e Léo Posted by Picasa

Casinha de sapê Posted by Picasa

Respire... Posted by Picasa

Dá para atravessar nadando para aquela ilha em Fortalezinha. Eu preferi a canoa, para não molhar a câmera, por R$ 0,50 ;) Posted by Picasa

Leo e Carli Posted by Picasa

Praia da Princesa, em Algodoal. Um dia nublado, enfim! Posted by Picasa

Aluga-se Posted by Picasa

Ai de quem desrespeitar o aviso! Posted by Picasa

Tuesday, January 16, 2007

"A vida chega a doer, a enjoar...


... a cortar, a roçar, a ranger,
a dar vontade de dar gritos Posted by Picasa

de dar pulos, de ficar no chão,
de sair para fora de todas as casas Posted by Picasa

de todas as lógicas e de todas as sacadas,
e ir selvagem para a morte,
entre árvores e esquecimentos, Posted by Picasa

entre tombos, e perigos
e ausência de amanhãs
(Fernando Pessoa) Posted by Picasa

Crianças, árvores e mar de Soure, capital da Ilha de Marajó. Esta mistura incrível de praia e mangue se chama Barra Velha. Percorre-se uma pequena trilha, com ponte de madeira caída, para chegar até a areia.

É sempre bom molhar os pés. Posted by Picasa

Monday, January 15, 2007

Nunca voltamos para um mesmo lugar. Estamos sempre indo...


Outra frase marcante dita pelo amigo Magnólio. Ontem eu vim para São Paulo. Não simplesmente voltei para cá. Porque não sou mais a mesma. Meu gosto pela vida tornou-se mais aguçado. Com cheiro de floresta úmida e calcanhar brejeiro de quem andou por demais descalça.

Estranho frio neste verão da capital paulista. Coloco meias com certa desconfiança, em uma espécie de crise de abstinência da quentura do Pará.

Minha missão esta semana é traduzir em um relatório os conflitos do uso de terra e dos rios do Assentamento Agroextrativista do Lago Grande, da Gleba Nova Olinda e comunidades quilombolas do oeste paraense. Durante três dias do mês de dezembro, acompanhei a reunião desse pessoal na elaboração de mapas cartográficos "social e econômico", ou seja, um documento onde eles pontuaram onde estão os recursos naturais, como estão explorados e quais os conflitos atuais (grilagem de terras, avanço da soja, dos madeireiros, pesca predatória, etc).

Em breve, esse relatório patrocinado pelo Projeto Saúde e Alegria terá a função de mostrar a realidade de depredação da floresta amazônica e chamar a atenção para a dura realidade dos moradores dessas áreas, ameçados de perder suas terras e até a vida. Lembro-me do depoimento emocionado de Ivete Bastos dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém: "eles tentaram entrar em casa duas vezes, não sei se para roubar ou para me pegar mesmo. Na última, estava sozinha e gritei que iria cortar o pescoço deles com a minha Tramontina, mas no fundo eu táva me tremendo toda. Nem sei se conseguiria fazer alguma coisa. Se me deixarem viva até 2008, até 2008 estarei à frente do Sindicato. Me disseram que vão deixar baixar a poeira da Irmã Dorothy para então me pegar". É, cenas de um cotidiano que aparece bem pouco nos jornais do Sudeste. Um Brasil distante demais de nós, das chatices do trânsito de Sampa, agravado pelo buracão das obras do metrô na Marginal Pinheiros, destaque máximo em toda a mídia.

Bom, cá estou de volta ao computador. Depois publico as muitas belas imagens da Ilha de Marajó (Soure, Joanes), da riponga ilha de Algodoal (e o coco verde mais doce do mundo!), dos museus de Belém e das várias travessias de barco, balsa, rabeta, ônibus, van, cavalo, moto-táxi, canoa. A foto acima é do almoço no barco Gaia, com os amigos da TV iataliana Rai.

O ponto de parada (?) agora é São Paulo. Até a próxima estação que será Santa Catarina.

Beijão para as minhas duas irmãs, juntas neste momento em Houston. Quero um café-cinema com Carol, Cilene e Walter, urgente!

Defesa da alegria
(por Mário Benedetti)

"Defender a alegria como uma trincheira
defendê-la do escândalo e da rotina
da miséria e dos miseráveis
das ausências transitórias
e das definitivas


defender a alegria como uma bandeira
defênde-la do raio e da melancolia
dos ingênuos e dos canalhas
da retórica e das paradas cardíacas
das endemias das academias

defender a alegria como um destino
defendê-la do fogo e dos bombeiros
da obrigação de estar alegre

defender a alegria como um direito
defendê-la de deus e do inverno
das maiúsculas e da morte
dos apelidos e das lástimas
do azar

e também da alegria" Posted by Picasa

Wednesday, January 03, 2007

Feliz ano novo!!!

Sim! "eu quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo, que me dê a mão..." :)

O reveillon foi comemorado com samba na Estação das Docas em Belém do Pará, após uma viagem interminável de quase 3 dias de barco saindo de Santarém. 200 pessoas dormindo ao teu lado em redes... roncando, gargalhando, rindo, olhando com cara de tédio; o motor quebrando (duas vezes); os jogos de dominó e paciência; o bate-papo com novos amigos (nacionais e estrangeiros).

2007 começa nesse ritmo nortista, bem diferente de tudo que foi vivido. Hoje parto para a Ilha de Marajó, em mais um navio (afe!). Volto dia 12 de janeiro para Santarém. Até lá, muito calor e tacacá!