Thursday, November 30, 2006

O Gran Casamento Mocorongo!


A noiva mais comprida da floresta caprichou na maquiagem azul para o casamento circense do ano. “Sempre procurei alguém inteligente e com olhar carinhoso”, revela a gringa amazonense, provando a todos que o clichê “tamanho não é documento” pode ser de fato uma verdade.
Que seja eterno enquanto o mico dure ;)

Ponha um pouco de amor numa cadência...

Carli, Raquel e Danni apresentam o Brega do Cloro!

"Eu sei que você anda me evitando
Eu sei que achas que vive sem mim
Mas sei que quando vem a diarréia
Você se desespera, então pensas em mim

Talvez você ainda não percebeu
Que após lavar bem seu pote
Se for 10 litros coloque
20 gotas meu bem

Ao encher não esqueça da mexidinha
Espere só meia horinha
Pra poder então beber

Use cloro na água
Use cloro na água
Use cloro na água ..."
A palavra “brega” não é sinônimo de cafona e sim um estilo musical! Lembra um pouco forró (dança-se em dupla), mas com um pé meio arrastado. Difícil de explicar e (pelo menos para mim) difícil de acompanhar.



A super equipe de Educom do Saúde e Alegria (esq p/dir): Danni, Raquel, Gorda e Carline (os coordenadores Magnolio e Fabinho não estavam nesta viagem)

Wednesday, November 29, 2006

Tímides, Timideis, Intimides, Imtimides

Os jovens ribeirinhos citaram a timidez como uma das principais dificuldades para mobilizar e desenvolver uma liderança juvenil nas comunidades. Natália de Sousa, de Suruacá, contou que, certa vez, ao pedirem para um dos comunitários emitir sua opinião, ele “tremia tanto, tanto, que nem conseguiu falar”.

Realidade que eu também presenciei na oficina de produção de um boletim informativo sobre o Encontro do SuperAção Jovem no Tapajós. O evento, uma parceria do Saúde e Alegria com o Instituto Ayrton Senna, aconteceu no último final de semana, reunindo 50 jovens e educadores de oito comunidades: Capixauã, Piquiatuba, Muratuba, São Domingos, Pedreira, Suruacá, Maguari e Prainha (onde foi realizado).

Muitos jovens de 16, 17, 18 anos liam trechos de uma apostila com muita dificuldade; tremiam as mãos ao serem chamados à frente da sala para ler uma notícia. Isso sem falar na dificuldade de trocar experiências nos trabalhos em grupo. Era uma mesa-redonda de olhares desconfiados, bocas fechadas, com vergonha de expressar qualquer idéia.

Como educadores, nosso papel é estimular esse debate, valorizar as opiniões ditas, fazer o jovem enxergar que ele tem, sim, muito potencial! Muitos saem na frente, como é o caso da própria Natália, da Rose Kelly (Muratuba), do Jurandir (Maguari). A grande maioria, no entanto, reclama que sofre com essa limitação. Será também uma característica da personalidade do povo da Amazônia que vive mais isolado ou apenas conseqüência de um modo antiquado de ensinar em que o professor fala e o “bom” aluno escuta calado?

Nossa língua, nossa língua portuguesa
Deus me salve de tantos erros crassos de português :( Além das várias versões para a palavra timidez, encontrei “dominho dos assuntos”, “nomero de participantes”, “dessodem no dumitório”, “atrazamento dos jovens”, “insetivar os comunitários”, entre outros crimes.

Obviamente isso não é realidade apenas no Pará. A má qualidade da educação pública é digna de lamentação em praticamente todo o Brasil.

E como culpar o desânimo dos professores se eles ganham R$ 2,50 por hora?!

Dias melhores virão?

Saiu na mídia

"ONGs que defendem direitos humanos quadruplicou

As organizações não-governamentais (ONGs) voltadas ao meio ambiente e à defesa de direitos foram as que mais crescerem entre 1996 e 2002. Cada um destes segmentos cresceu cerca de 300% ou seja, ficou em torno de quatro vezes maior no período , segundo pesquisa coordenada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que traçou um perfil das ONGs no Brasil.

A diretora do Ipea, Anna Peliano, explicou que o número de instituições que tratam de meio ambiente ainda é pequeno, já que partiram de um patamar quantitativo baixo. São cerca de 1,6 mil. Já as ligadas à defesa de direitos somam cerca de 45 mil. São considerados nessa categoria centros comunitários, associações de moradores e de defesa de grupos específicos ou de minorias. (...)

Estão nas regiões Norte e Nordeste as organizações mais novas. Peliano destaca que na área rural do Nordeste há atualmente uma grande mobilização voltada para a formação de entidades de produtores. Já em quantidade, a maior parte das organizações, 44%, está na região Sudeste. A educação é o tema trabalhado pelo maior número de ONGs, 29%, seguido por saúde com 23%."
Fonte: terra.com.br

100 árvores!

Celebro a centésima árvore que será plantada na Mata Atlântida por meio dos meus clicks na internet. Quem vai receber a muda de hoje é a fazenda Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.

Plante você também: www.clickarvore.com.br

Camila e Walter: como anda o resultado verde de vocês?

Coincidência ou não, justamente hoje (29/11) a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei da Mata Atlântica, depois de 14 anos em tramitação! O presidente Lula ainda terá que sancionar o texto que regulamenta o uso e proteção deste bioma que já foi 93% devastado. Leia aqui a notícia completa. E, se tiver mais um tempinho, a análise feita pelo Instituto Socioambiental (ISA) e uma avaliação do Greenpeace .


Parabéns Dani Barbará!

Muitas felicidades neste novo ciclo que começa hoje. Espero que a festa na Vila Madá seja animadíssima! Beijão!

Daniela, Carli e Leo, na pizza inaugural do apê na Vila MadalenaPosted by Picasa Pode assoprar a vela, Dani!

Tuesday, November 28, 2006

Jamaraquá ... exuberante


“Acredita em Deus? Gosto de um monte de deuses, o deus da xícara de café, o deus da mulher gostosa, deus de todas as coisas. Tem uma palavra para isso... politeísta, é isso, sou politeísta.” Continuava a leitura da entrevista do roqueiro Iggy Pop à Trip, quando escuto buzinas de carro na frente de casa. Eram oito de manhã de um sábado nublado, com gosto de cabo de guarda-chuva patrocinado pela Skol.

- Bora para Jamaraquá! – convidava o Manoelito. Na caminhonete do Saúde e Alegria também estavam Wander, Ronaldo e Martinha. No caminho, escuto mais uma vez o anúncio repetido anteriormente por vários colegas paraenses “conhecerás em breve o paraíso na terra”.

Chegamos em Jamaraquá, distante 1 hora e meia de carro de Santarém, após uma estrada estilo rally da floresta. Conheço a Dona Conceição, esposa do Seu Pedrinho, que está construindo uma pousada ecológica na comunidade. Tantos anos de Amazônia não foram suficientes para ele acertar de primeira qual era o melhor material para fazer o chão do estabelecimento de dois andares. O revestimento de concreto se partiu feito migalhas. O jeito é recomeçar.

Nessa época de vazante, percorremos de carro o que literalmente será o leito de um rio daqui a poucos meses. Isso me emociona. E não me canso de observar as esculturas dos galhos retorcidos das árvores, esculpidas pela correnteza de outrora.

Chegamos enfim à “Ilha da Paz Amazônica”, cercada por um igarapé de águas perfeitas. Peixes ornamentais, carás, garças e uma variedade enorme de aves habitam este refúgio natural.

Quando cessam os cochichos humanos, brota o silêncio que nunca é plenamente vazio. A paz preenche esses momentos. Posted by Picasa

Om mani peme hung Posted by Picasa

Mal sabia eu que o paraíso tinha até bandeiras de oração tibetanas, colocadas e abençoadas por um Rinpoche que passou por lá :)

Neste recanto, o Saúde e Alegria termina de construir a base do Projeto Jamaratinga (união do nome de duas comunidades vizinhas: Jamaraquá e Acaratinga), que busca um modelo de ecoturismo sustentável exemplar.

A construcao da casa eh artesanal. Aqui, o mocoilo pega galhos mais finos e raspa a casca para nao apodrecer. Depois de secar ao sol, vira uma cerca.  Posted by Picasa

Ok, eu confesso, eu ja cansei da brincadeira apos raspar uma unica vareta hehehe Posted by Picasa

Seu Pedrinho Posted by Picasa

Rema, Ronaldo, rema! Posted by Picasa

Igarape Posted by Picasa

Detalhe do teto de palha com o cajueiro ao lado Posted by Picasa

Eu apanhei aquele caju! Hmmmm Posted by Picasa

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Um abraço poético, não? Posted by Picasa

Beleza verde Posted by Picasa

Ao voltar da Ilha da Paz Amazônica, percebi que qualquer bela paisagem ou um momento único compartilhado com amigos tem a força de nos curar de bloqueios do passado e dos sempre atuais anseios da mente. Respire, definitivamente. Posted by Picasa

Thursday, November 23, 2006

Comunidade de Prainha

Amanhã sigo em uma viagem de barco até Prainha, onde acontece o Encontro do SuperAção Jovem da região do Tapajós. Darei uma oficina de produção de jornal comuniário para cerca de 50 jovens. Volto só no domingo. Com novidades.

Om shanti Om.

Wednesday, November 22, 2006

Quarta-feira


Irene oferece pirangas para você. Posted by Picasa

Express

* Um pé decepado sendo carregado por um bombeiro. Câmera de TV dando close nas tripas e depois no rosto ensangüentado de outra vítima deitada no chão.
O fato: houve um atropelamento durante a madrugada de Santarém. Depois de beber umas a mais no “Bodegão da Praia”, uma moça saiu com o carro e atropelou violentamente duas (ou três) vítimas.
O drama sensacionalista: as cenas viraram prato cheio para o programa “Rota 5”, que abusa de imagens trash para cativar uma audiência mórbida, com a ajuda de um repórter dramático se gabando de trazer a “notícia em primeira mão” . Nos outdoors pela cidade, uma pesquisa comprova que 39% dos moradores assistem o programa-espreme-sai-sangue. O Jornalismo chora de indignação tanto quanto o cara que perdeu o pé.

* Engraçado ver uma propaganda na TV anunciando que “Começou o verão, época em que você costuma fazer aventuras, sair com os amigos, curtir na praia blábláblá”. No Pará, estamos comemorando a chegada do inverno! Que benção essas chuvas refrescantes.

* Hoje peguei pela primeira vez o ônibus de linha de Alter do Chão para Santarém. Dois gringos começaram a fazer mímica de asa de avião para o cobrador decifrar que queriam chegar ao aeroporto. Eles falavam uma língua muito estranha e, para o meu cérebro, uma língua extremamente exótica significa hebraico. Perguntei certeira:
- Vocês são de Israel, né?!
- Não, da Suécia.
Hmmm. Ranking do be-a-bá estranho
1) Hebraico
2) Sueco
3) Húngaro (em homenagem ao Budapeste do Chico Buarque, lido recentemente).

A Dani Zen me enviou o ranking exótico dela:
1) Finlandês
2) Vietnamita
3) Sérvio (esse eu já ouvi! É dose mesmo)
Quem dá mais? Quem dá mais?

* Saudades do café expresso do Fina Fatia, no Itaim Bibi.

Tuesday, November 21, 2006

Suruacá amplia sistema de água com tecnologia inovadora


Sacos de cimento, canos de PVC de vários tamanhos, tijolos. Os moradores de Suruacá formaram um verdadeiro mutirão da alegria para transportar os materiais doados para a ampliação do micro-sistema de abastecimento de água.

Sabem que todo esforço valerá a pena quando o equipamento começar a funcionar, usando uma tecnologia que não degrada o meio ambiente. "O mecanismo será movido à energia solar, com um dispositivo que vai automaticamente acionar a bomba da água. Enquanto tiver sol, haverá a possibilidade da água estar indo pra caixa sem que a comunidade precise ligar o motor a óleo diesel ou outro combustível", explica Carlos Dromboski, técnico do Núcleo de Organização Comunitária do Projeto Saúde e Alegria. A tecnologia vem do Rio Grande do Sul e é inovadora aqui na Amazônia. Posted by Picasa

Na foto, a pequena Mauriane também ajuda no carregamento.

União Posted by Picasa

Pilotando a "voadeira" Posted by Picasa

Antiga sede da rádio comunitária, que completa 12 anos de existência (Japiim é o nome de um pássaro típico da região). Agora, os moradores dispõem de um Telecentro Cultural, movido à energia solar e com internet via satélite ;) Posted by Picasa

Cupuaçu. Poucos tiram do pé e comem. Muito azedo.
Mas ao virar creme de cupuaçu, sorvete de cupuaçu, bombom de cupuaçu, suco de cupuaçu, caipirinha de cupuaçu. Afe! Posted by Picasa

Um domingo em Suruaca Posted by Picasa