Tuesday, November 08, 2005

Samsara

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
Eis que me encontro de pés fincados na megalópole de pedra. Surgem na mente as pendências do trabalho, os latejantes dead lines. Os sentimentos zen afiados com sessões de meditação parecem escorregar para dentro de um saco apertado. É aquela tradicional angústia de final de domingo rumo a segunda, agravada com o fato de ter passado os últimos dias pegando sol, comendo comida natureba e convivendo com pessoas muito lindas.
A noiva do cowboy era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões
Devo agradecer São Paulo pela revisão inquieta que faço da vida de tempos em tempos? Um brinde ao samsara, a roda de altos e baixos que nos embala.
Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês
Li que a minha irmazita aposentará as joalheiras em breve. E a chuchuzinha guerreira já sente saudade antecipada do vôlei. Mesmo com todas as cirurgias e a dor que passou nesta carreira de atleta. Recebi uma cartinha dela no meu aniversário, com um brinde especial. A foto dela atacando uma bola ilustrava o prospecto da Houston University. Orgulho suspira... :)
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei a gente era obrigada a ser feliz

Os dois cursos de yoga que fiz foram bem intensos. O primeiro, em Floripa, exigiu muito do corpo. Aprendemos a usar acessórios para aprofundar a relação com os asanas (posturas)... corda, bloquinho de madeira, barras na parede, cinto, cadeira. Estica, segura, puxa, respiraaaaaaaaaa, confia, entrega. arf arf
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Já o retiro de Garopaba foi uma imersão ao auto-conhecimento. Observar o que significa toda a simbologia do "guerreiro pacífico" na nossa vida. Teve vários momentos marcantes. Fiz um trekking na madrugada para assistir o nascer do sol do alto de uma montanha. Quando o alaranjado despontou no céu, uma revoada de pássaros quebrou o silêncio da manhã, bem em cima de nossas cabeças. Parecia filme!
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião, o seu bicho preferido
Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Aproveito a noite para aperfeiçoar meu dote gastronômico: risoto (milanês) de pacote. Incrementado com uma super lata de ervilha. (Depois perguntam por que sou magra heheheeh). Quanto e-mail pra responder!
Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
A frente fria de Porto Alegre ressuscitou minha gripe. E falando em gaúchos, voces sabem o que significa "bagana"?! Eu li num cartaz e caí na gargalhada... Gente! Bagana de cigarro é bituca! Fiz entrevistas em Sao Leopoldo compartilhando o chimarrão. Nada como uma cuia na mesa de trabalho. Vou levar a minha pra Report!
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

2 comments:

Anonymous said...

Como me faz bem ler o que tu escreves! Tenho orgulho de ti!
Bjs!
Mari

Anonymous said...

sem comentários...lindo o seu texto permeado pela letra do chico. E viva a roda dos altos e baixos...já que não vencemos os "inimigos", nos juntemos a eles :o) Beijos, Tati
PS: quero as fotos da Joaca!