Doritos?

Certa vez, a minha irmã Cinthia, formada em Nutrição e estudando distúrbios alimentares, comentou que as anoréxicas e bulímicas usam a internet para escrever diários com fotos e ficam apoiando uma às outras. "Nossa, um dia eu quero conseguir ser assim magérrima" - o que elas definem como "thininspiration".

Naveguei um pouco pela versão brasileira desses sites e encontrei vários manuais de como definhar até os 4o quilos, com dicas para vomitar com eficiência (o verbo é chamado "miar") e muitos argumentos a favor dessa geração LF (low food) e NF (no food), que até assume que tem um distúrbio, mas prefere conviver com a doença, em vez de tratá-la . Uma das sugestões que me impressiou é de usar Doritos como "marcador", ou seja, comer antes de qualquer refeição: quando ver o laranjado, terá certeza de que vomitou tudo. Esse mundo de "I starve for perfection" (eu passo fome em nome da perfeição") é muito estranho para mim. Quem dera se houvesse tantas pessoas dispostas a ter essa disciplina e força de vontade para cuidar de crianças carentes, fazer campanhas contra Aids e de proteção à Amazônia. Eu tenho R$ 400 mil na conta bancária e em no máximo 40 dias espero minguar para R$ 40,00, doando tudo, tudinho!

Falando em HIV, recomendo o vídeo de uma campanha feita na França. A cada 10 dez segundos, uma pessoa morre de Aids no mundo. Clique aqui para assistir.

No Dia Internacional da Mulher, eu ganhei um cacto lindo (!), bem espinhento. Parabéns para todas nós.