José e Pilar

"Morte, o fim da vida, ter estado e já não estar", Saramago.

É fascinante o documentário sobre os últimos anos de vida do escritor Saramago e do amor que sentia por sua esposa, a jornalista Pilar del Río.

Só li uma obra dele e porque fui obrigada. Tive que escrever uma resenha na UFSC. Lembro que o meu critério de escolha foi deixa-eu-achar-o-livro-mais-fino e por isso passei longe de Ensaio sobre a Cegueira. Me ralei. Todos os Nomes era interminável. Uma chatice. Com licença, mas preciso de parágrafos breves, frases curtas e muitos pontos finais. Uma limitação minha. Fazer o quê?

Ver o filme não me trouxe vontade de mergulhar em sua coleção. Me encantei, entretanto, na beleza de sua personalidade e naquele amor tão "companheiradamente" correspondido.

Tem um trecho que eles falam sobre um convite para encontrar o Dalai Lama. "Será que ele sabe que somos comunista? E que não acreditamos em Deus?" - questiona a esposa. Hã??! Curioso imaginar o que as pessoas entendem de Budismo...

José encontrou Pilar aos 63 anos.

Moral da história: ainda poderei ter 30 anos de roubadas pela frente.

Vejam o filme e, se possível, no Belas Artes, antes que o cinema feche de vez as suas portas. Agradeço imensamente a companhia da Simone nessa última sessão :)