Friday, August 03, 2007

Com as bençãos da Amma, a Santa dos Abraços

Os burburinhos de espera pela senha do abraço cessaram quando Mata Amritanandamayi Devi (Mãe da Eterna Felicidade, em sânscrito) - ou apenas Amma (Mãe) - entrou no salão. De olhos fechados, fomos incentivados a trazer uma qualidade de quietude para todo o nosso ser.

Após a sessão de meditação, Amma começou a dar seus darshans, os abraços, compartilhando a bem-aventurança de uma forma que nunca havia visto anteriormente. Eu, Renata e Brahman havíamos conseguido a senha com a letra T, ou seja, um longo alfabeto de letras estava à nossa frente. Passava um pouco das 10 da manhã quando os abraços começaram e, quando chegou a nossa vez, era quase cinco da tarde. Sim, foram sete horas de espera em que revi muitos amigos da yoga do Rio e Sampa; tomei uma água de côco em frente ao mar azul da praia de São Conrado, comprei um CD de mantras e um mala de túlasi (da família do manjericão). Durante todas essas horas, Amma não parou de abraçar, nem para ir ao banheiro, ou comer, nada. Continuava aquela fonte inabalável de sorrisos e doação.


Chegou finalmente a nossa vez e a minha mente já tinha planejado tudo: vou oferecer a minha mala de túlasi para ela abençoar, pensarei em algum desejo positivo, vou sentir a presença da Amma e por aí vai.

Quando estava quase lá, uma das voluntárias explicou que era preciso colocar as mãos na cadeira e deixar que a Amma abraçasse. Ok! Bom, na hora H, a Amma me puxou tão forte pra junto de si que eu sem querer coloquei as mãos nas coxas dela e quase nem ouvi o mantra que ela recitou no meu ouvido porque minha mente estava agitada demais perguntando "mas onde está a bendita cadeira que eu preciso segurar?!!!". Daí uma voluntária me puxou para dar vez ao próximo e eu saí até tonta com tudo. Mais tarde, todo mundo comentando: "você sentiu o cheiro dela?", "e a energia vibrando?", "que mantra lindo, hein?". Eu confesso que senti mesmo as coxas da Amma! O que não deve ser algo para se gabar muito heheh

Mesmo assim, o momento foi especial. Percebi que quanto mais a gente coloca a mente nas situações a serem vivenciadas (procurando controlar cada passo), mais nos afastamos da experiência propriamente dita.

Para lembrar do mantra que recitamos em coro:

Om lokaha samastaha sukino bhavantü

Lokaha samastaha sukino bhavantü

Lokaha samastaha sukino bhavantü

Om shanti, shanti, shantihi


Que todos os seres do universo sejam felizes. Om, paz, paz, paz plena.


P.S: Apenas fotógrafos autorizados puderam cobrir o evento e eu respeitei a diretriz. A imagem acima eu pesquei na Net.

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