- Um sorvete de Bacuri e outro de coco, ambos no copinho, por favor.
- Pois não - respondeu o vendedor ambulante, um simpático senhor de cabelos brancos e chapéu azul surrado do sol, às margens da BR 135. Mal tinha aberto o isopor, quando encostou o ônibus que aguardava. Engano meu achar que a venda estava comprometida. Gentilmente, o motorista esperou mais de dois minutos para a entrega do sorvete e, após o senhor ter subido no coletivo, ainda deu um sorrisinho de despedida. A simplicidade dos moradores de Sao Luís, a bela ilha do Maranhão, marca e, por que não dizer, comove. É fácil ter aquele sentimento gostoso de “estar em casa”, como Floripa.
O mar dá braçadas na terra, moldando grandes entradas, pequenas baías e recortando as beiradas com muitas curvas. Pontes interligam tudo isso, inclusive o centro histórico (cidade velha) com a expansão mais moderna da arquitetura. Na bagagem da memória, trago as xilogravuras do artista Airton Marinho, retratando em fortes cores os personagens do boi-bumbá, o tambor de crioulas, o batuque das quebradeiras do coco do babacu, a lenda da serpente. Ah, a serpente-dragão! Aquela que mitologicamente dorme eternamente envolvendo a ilha, e que permaneça assim, pois acredita-se que seu despertar seja furioso, dragando toda a cidade para baixo do Atlântico.
Friday, April 27, 2007
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