Tuesday, June 24, 2008

Pisca e estuda jornalismo. Pisca e se muda para Sampa. Pisca e vira bartender. Pisca e medita. Pisca e aprende a fazer risoto de brócolis.

“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”


Memórias de Emilia, de Monteiro Lobato...

Ouvi recitado no Museu da Língua Portuguesa (que re-co-men-do!), no domingo, na bela companhia da Mari Zen. Uma simplicidade que massageia aqueles dias duro de encarar.

Chegou o inverno! Café e paçoquita.


Mari: envia nossas fotos? :)

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