Crianças acenando bandeirolas do Brasil receberam o décimo quarto Dalai Lama, Tenzin Gyatso, no Templo Zulai, em Cotia (Grande São Paulo), em sua terceira visita ao Brasil (as anteriores foram em 92 e 99).
Nesse primeiro dia de ensinamentos, Sua Santidade falou sobre a "Natureza e treinamento da mente no budismo tibetano". Em um palco situado abaixo do Dalai Lama, estava sentado em colchonetes o verdadeiro panteão de mestres budistas que desenvolvem atividades aqui no Brasil. Entre eles, a Monja Coen (escola do Zen Budismo), Lama Tsering e Lama Norbu (Vajraiana – templo Odsal Ling), os representantes do Khadro Ling de Três Coroas (RS) e outros Lamas e amigos do Dharma.
Nas duas horas matinais, Dalai Lama fez uma grande introdução ao Budismo, que começou na Índia, quando Buddha Shakyamuni se iluminou (em Bodhgaya) , e se espalhou pela China, Tailândia, Mongólia, Tibet, entre outros, e mais tarde para o Ocidente também. Ele aproveitou a oportunidade para prestar uma homenagem aos chineses por serem os pioneiros do Dharma, antes dos tibetanos. Neste dia, Sua Santidade não fez referência à violenta invasão chinesa no Tibet, em 1959. Preferiu ressaltar a importância de desenvolver a compaixão entre nós. “Há cerca de seis bilhões de seres humanos no mundo e todos são iguais se observarmos que todos querem atingir a felicidade e desejam evitar o sofrimento”, disse.
No almoço foram servidas bandejas vegetarianas, ao lado daquele lago chuchuzinho do Templo. Encontrei o Guilherme e a Andréa, da turma da Yoga. Vou publicar as fotitos depois. O Marco Schultz também estava lá, com a Carla.
Na parte da tarde, o Dalai Lama esclareceu que há dois tipos de compaixão (desejo altruísta de ajudar a libertar todos os seres da aflição e do sofrimento). O primeiro é manchado pelo apego e tem elementos de emoção. É a compaixão que costumamos praticar com os nossos familiares, nossos amigos e gente conhecida, de preferência aquelas que nos tratam bem.
A compaixão genuína é aquela em que não esperamos nada em troca, livre do apego e ligada ao uso da consciência e do raciocínio. É agirmos para o bem de todos os seres humanos, sem distinção se é o chefe chato ou o flanelinha de carros da esquina que acha pouco a gorjeta de R$ 3. É o querer bem sem julgamento, conseguindo enxergar cada indivíduo como uma pessoa que procura sua felicidade e merece respeito.
Para conseguir tamanha façanha, o Dalai Lama ressalta a importância de treinarmos nossa mente a fim de abrir o coração. A primeira lição é enxergar que o eu e o outro são iguais. Independentemente de posição social, o destino da morte é o mesmo. A prática da meditação é fundamental para aquietar a mente e absorver essas contemplações.
E foi com cinco minutos meditando, no mais puro silêncio, que o evento terminou. Om mani padme hum!
Thursday, April 27, 2006
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