O acidente da Gol veio e foi. Depois, o terrível buraco do metrô em São Paulo. Os dias passaram e a gente esqueceu também. Agora, a pior tragédia da aviação brasileira. Se você não é um familiar ou amigo das vítimas, provavelmente tenderá a esquecer o caso logo logo, seguindo o ditado de que life goes on. Sim, a vida continua, mas será até quando?
Seguindo a tradição budista, eu medito sobre a minha própria morte e, com isso, percebo a importância de valorizar cada momento de minha existência.
Sobre a Morte e Impermanência...
"Tendemos a nos agarrar a uma visão de mundo na qual a morte e a doença são para as outras pessoas. Você morrerá, mas eu não, pelo menos por um longo tempo. (...) Quando examinamos nossa própria impermanência, tendemos a nos agarrar às coisas boas que surgem. Apoiamo-nos em pessoas boas, na família, em bens materiais, tentando criar um ambiente confortável. Então, nos agarramos a uma vida agradável. Isto é chamado de apego, e quando nos estabelecemos neste padrão de apego, só pode acontecer uma de duas coisas: ou o objeto do apego desaparecerá ou nós desapareceremos. Não existe uma terceira possibilidade. Não importa se somos especialistas naquele apego, uma vida dominada pelo apego continua regida pela lei da impermanência.
(...) A razão da meditação sobre a morte não é estragar a felicidade, mas encontrá-la. (...) Ao estudar sobre a preciosidade e a raridade da nossa vida, reconhecemos que a vida está passando exatamente agora. Nunca mais teremos este dia. Esta enorme oportunidade passa rapidamente e, então, tudo pára completamente. Quando o seu corpo acaba, sua preciosa vida humana acaba. Considerar a preciosidade e a impermanência da vida é um incentivo.
Se existe algo digno de realizar aqui, realize-o.
(...) A meditação sobre a morte o ajuda a se livrar da pequenas preocupações que corroem o seu potencial ilimitado. A meditação sobre a morte é um chamado para o despertar. O seu propósito não é assustá-lo com que o bicho-papão fará a você depois da sua morte, mas fazê-lo ver as oportunidades que você tem agora, compreender que elas existem somente por um tempo limitado e que você deve aproveitá-las. Além disso, certifique-se de que aquilo que você está praticando é realmente o dharma e não uma das preocupações mundanas que, diante da morte, perdem todo o seu fascínio".
Para saber mais: livro "Budismo com atitude - o treinamento da tibetano da mente em 7 etapas", por Alan Wallace (Ed. Nova Era).
Meu comentário: respire....
Imagem: Flor de São Luís, no Maranhão, by Carline Piva
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment