Saturday, February 20, 2010

Aula de retroflexões yóguicas e sol pela manhã. À tarde, tempo nublado e as 20 últimas páginas de livro. À noite, todos os gatos são pardos.

"Sinto sua falta como se pode sentir falta de uma velha cicatriz ou perna de pau, algo deformador mas característico. Com o David antigo, a gente sabia onde estava. E com ele, eu jamais senti qualque constrangimento. Senti desespero fatigado, claro; um ocasional gosto ruim na boca, certamente; surtos de irritação quase constantes, mas jamais constrangimento.

Eu já me acostumara com o cinismo dele, e em todo caso hoje somos todos cínicos, embora só agora eu reconheça isso direito. O cinismo é o nosso idioma comum, o esperanto que realmente deu certo, e embora eu não seja fluente nesta língua - pois gosto de coisas demais e não invejo um número suficiente de pessoas - dá para me virar.

Além disso, hoje em dia é impossível evitar completamente o cinismo e o sorriso de deboche. Em qualquer conversa atual - sobre a eleição para prefeito de Londres, Demi Moore, ou a matéria da Posh sobre David Beckham, digamos - temos a obrigação de demonstrar nosso azedume, simplesmente para provar que somos pessoas adultas, cosmopolitas e profundas."

Terminei o Como ser Legal, de Nick Hornby. Obrigada pelo empréstimo, Ci!

Muito, muito bom. O trecho acima é da página 169. Fica aqui a dica para as horas em que você consegue fugir das leituras que contribuirão para a sua carreira.

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