Participei nesta manhã de um evento de balanço sobre a Rio+20 na PUC, com a presença do economista político Ladislau Dowbor , Rosa Alegria, consultora e co-fundadora do NEF Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP, e Lala Deheinzelin, especialista em Economia Criativa & Desenvolvimento Sustentável.
Diretamente do meu caderno de anotações
“Em vez de pensarmos se deu ou não certo, podemos enxergar a Rio+20 como um marco dentro de um processo que vem se desenvolvendo. A gente vai começar a agir quando a água bater no pescoço”. Ladislau Dowbor
“Não era uma conferência para resolver problemas e sim para apontar caminhos”. Ladislau Dowbor
“Acho importante o parágrafo do documento oficial que fala do corporate reporting, de exigir que as empresas e corporações prestem contas por meio de relatórios sobre suas atividades, inclusive nas áreas social e ambiental”. Ladislau Dowbor
“Senti muita desarticulação entre os movimentos sociais e grupos empresariais. Cada um apresentou a sua própria carta de intenções... CNI, Ethos, Pacto Global...”. Rosa Alegria
“Para criar um novo modelo de economia você precisa criar um sistema de governança que sustente tudo isso”. Rosa Alegria
“Me impressionou a aparição de um novo repertório: falou-se de afeto, cuidado, felicidade, bem-estar”. Rosa Alegria
Outras frases colhidas durante a Rio+20
“Centenas de milhares de pessoas podem ser tiradas da pobreza e da insegurança alimentar, e parte disso tem a ver com a saúde reprodutiva. Hoje, mulheres na Somália têm seis, sete, oito filhos na esperança de que um ou dois sobrevivam. Nenhuma mulher em pleno século XXI deveria ter de passar por isso”. Mary Robinson, ex-comissária de Direitos Humanos da ONU e atual integrante do The Elders (grupo que reúne líderes mundiais)
“Eco 92 + 20 = 0” – faixa exibida em protesto na frente do Riocentro
“Este não é o melhor acordo do mundo, mas é um acordo para um mundo melhor”. Ida Auken, ministra dinamarquesa do Meio Ambiente
“O documento aprovado representa a vitória da burocracia e a derrota do planeta Terra”. Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil
“O texto é muito fraco. Não tem ossos, não tem alma. É uma declaração, mas em 1992 também tivemos uma declaração que já era suficiente. Acho que as Nações Unidas e nossos governos se equivocaram ao colocar na declaração o título ‘O futuro que queremos’. Porque o que queremos não tem limite. Acho que deveria ser ‘o futuro que necessitamos’”. Yolanda Kakabadse, diretora internacional do WWF
“A CPI do Cachoeira é um fracasso de público. O ano da Rio-92 foi também o do impeachment, mas não apareceu agora um único cara-pintada para a Collor+20. O presidente deposto é hoje um soldado do PT na CPI, escalado para bombardear a imprensa e atrapalhar a divulgação das investigações. E os estudantes não estão nem aí”. Guilherme Fiuza, jornalista
"Compromisso com a redução das desigualdades.
Comprometemo-nos a trabalhar por uma economia a serviço do desenvolvimento
humano, estabelecendo e implementando políticas e ações nas empresas e cadeias
produtivas, visando o desenvolvimento do capital humano e social, com ênfase
equivalente à aplicada aos capitais econômico e financeiro, e a redução das
desigualdades de oportunidades e de remuneração em razão de origem social,
racial, étnica, geracional ou de gênero”.
Posicionamento do Instituto Ethos, parceiros e empresas
“Nada mais emblemático do que encerrar a Rio+20 aumentando o
subsídio à gasolina. Isso é coerente com tudo o que decepcionou na reunião. No
mundo inteiro há pesados subsídios à indústria do petróleo. Um dos sonhos era
usar a conferência para começar a pôr fim a essa prática irracional, cara e
contraditória. Não só a proposta foi barrada no documento final, como o país
sede terminou o encontro aumentando o subsídio”. Míriam Leitão, jornalista
Fotos de Carline Piva, no Jardim Botânico-RJ, junho 2012. Favor respeitar os direitos autorais
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