Foi bem interessante viver presencialmente o clima
esquizofrênico Rio mais 20/Rio menos 20 (qual foi o SEU balanço final?!). Enquanto
ambientalistas urravam com a falta de metas (e até de definição dos objetivos
de desenvolvimento sustentável) do documento oficial, a população esperava até
cinco horas debaixo de sol escaldante para conferir a exposição Humanidade, no
Forte de Copacabana, que, aliás, estava um capricho só.
Torre de Babel :-)
Sigamos engajados com as causas que nos identificamos e que também nos fortalecem.
Entre avanços e fracassos da Conferência, revelou-se a
genuína vontade da sociedade civil em participar. Daí rolou aquele vale-tudo sen-sa-ci-o-nal.
Marchas contra o Código Florestal, os
direitos das mulheres (seios à mostra que geraram até "musas" de passeatas), a
legalização da maconha...
Estandes na Cúpula dos Povos divulgaram causas e mais causas intermináveis: artesanato solidário, preservação de parques e redutos ambientais dos mais variados, elevação da consciência planetária, reciclagem de óleo de cozinha, direitos indígenas...
(Repare na mistura de índios com Hare Krishnas. Vai um cocar com penas e um incenso? O comércio estava acirradíssimo no Aterro do Flamengo)
Dentro do Riocentro, os participantes não se intimidaram em
não fazer parte da plenária dos chefes de Estados. Esse grupo de jovens internacionais,
por exemplo, montou a sua própria rodada de negociações. E como falavam com
convicção!
Torre de Babel :-)
Muitas fundações, ONGs, institutos empresariais poderiam ter
aproveitado melhor a diversidade de público da Rio+20 para estimular o debate
na tentativa de encontrar soluções inovadoras para as questões socioambientais. Minha
sensação geral é que foi tudo meio “expositivo” demais. Ou seja, simplesmente
mostraram suas ações. E a gente aplaude, certamente, porque esses pelo menos estão fazendo alguma coisa. E muitos projetos têm consistência.
Destaco como ponto positivo a segurança durante o evento. O exército
marcou presença na portaria dos principais hotéis e nos arredores do Riocentro.
No início era estranho caminhar pela orla e ver aquele monte de boinas
vermelhas e artefatos militares. O importante é que a estratégia deu certo.
Qualquer fatalidade nos arruinaria como
país anfitrião dos próximos grandes eventos esportivos.
Temos sim motivos para comemorar.
Há muito mais gente engajada
em 2012 do que em 1992.
Com isso, há mais esperança também.
Sigamos engajados com as causas que nos identificamos e que também nos fortalecem.
Fotos de Carline Piva, junho 2012. Favor respeitar os direitos autorais.
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