Monday, October 23, 2006

Virei gaúcha?!

Essa é boa. Para muitos paraenses, quem nasce do Mato Grosso do Sul para baixo é chamado de gaúcho. Paranaense é gaúcho. Catarinense é gaúcho. Já quem vem do Nordeste, recebe o apelido de"arigó". Tem muito cearense vendedor de redes e são considerados os turcos brasileiros. Nem adianta pechinchar muito. Daí perguntei como eles chamam os vizinhos do Amazonas? Índios... E assim vai se compondo o povo brasileiro e suas pecuinhas interestaduais :)

Os santarenos torcem um pouco o nariz para quem vem do Sul, pois recentemente veio uma safra de produtores do Rio Grande do Sul e do Paraná para plantar soja, que anda acabando com a floresta. Bom, quero dizer, nem todo mundo. Apesar de todo trabalho de educação ambiental e da atuação das ONGS de preservar a maior floresta do mundo, os moradores locais acham que esses movimentos na verdade atrasam o progresso econômico. Povo com fome querendo trabalho e condições dignas de viver. O dilema promete ser eterno.

Mas eu quero mesmo é falar sobre a incrível viagem que fiz com a equipe do Saúde e Alegria. Foram sete horas de barco até chegar em São Francisco, comunidade ribeirinha do Arapiuns. Vinte famílias vivem isoladas lá, dependendo de um gerador a diesel para ter luz das 18 às 21 horas. Uma família ribeirinha tem em média seis integrantes: pai, mãe e quatro rebentos.

Ontem dei uma oficina de comunicação para os jovens. Fizemos um super boletim informativo, com três reportagens, entrevista, enquete e seção cultural. Resgatei o velho "O que? Quando? Como? Onde? Por que?" do jornalismo :) Fiquei muito surpresa e encantada com o resultado.

Também fiz minha estréia como palhaça! EEEEE Eu, Danielle e Raquel dançamos o funk "Banho de Sabão"... " Quer lavar, quer lavar, o tiozão vai te ensinar (bis). Só passar sabão na mão, assim, assim ...". Bom, quem me conhece sabe que eu não fujo de micos! Ainda mais quando é para agradar criancinhas carentes de novidades :)

Dormir no barco
É muito gostoso. Como não é fechado, dorme-se na rede sentindo a brisa do rio. Ao contrário do que pensava (eeeeee) NÃO TEM BORRACHUDO OU NENHUM MOSQUITO! OS temíveis "carapanãs" picam nas margens do Rio Amazonas, que tem águas barrentas e bastante "vitalidade animal". Nos rios Arapiuns e Tapajós, as águas são claras, sem sedimentos, sem muitos peixes, e livres de mosquitos. Ou seja, é só aprender a dormir na diagonal na rede (pra coluna ficar reta) que tá beleza.

3 comments:

Anonymous said...

Viva a tecnologia!
Que bom que você pode repartir as suas experiências com os "fãs" do seu blog.
Eu fiz uma viagem mental com as suas descrições, tanto do ambiente quanto do seu "mico" dançando funk, aaahhhh se todos os funks tivessem letras educativas!!!
Belo trabalho que você está fazendo querida!!!
Quando você voltar quero bater um bom papo pra saber melhor sobre tudo isso.
Um grande beijo

Anonymous said...

Só pra te desejar tudo de bom por aí...

Não podes imaginar como eu gostaria de estar aí contigo...

Beijo bem grande,
Mariane

Anonymous said...

GENIAL!!
Aguardando os próximos capítulos!!
Beijos