Na época, me perguntei como um país que se gaba de ser de primeiro mundo pode tratar tão mal seus cidadãos? A resposta tornou-se mais clara ao assistir o mais recente documentário de Michael Moore, Sicko. Sem um sistema nacional de saúde, os norte-americanos têm que se virar para pagar seguros de saúde privados. Os pobres, se ferram. E os que possuem, como mostra o vídeo, quando efetivamente precisam dos serviços, são surpreendidos com pedidos de tratamento rejeitados. No filme, uma moça de 20 anos descobriu que tinha câncer e não conseguiu tratamento pois a companhia alegou que "ela era nova demais para ter câncer". Os absurdos relatados são inúmeros e chocantes tanto quanto o lucro crescente dessas companhias.
Ok, eu também concordo que o sensacionalismo de Moore às vezes beira o melodrama, mas
o documentário levanta muitas discussões urgentes. Quando estava na Califórnia, uma amiga contou que havia sofrido um acidente e como não tinha plano de saúde "ajeitou o joelho da melhor forma". Dez anos depois, ainda sofre com limitações de movimento e dores.
Moore sempre provoca o sonho de vida americano comparando esse estilo com a realidade do Canadá, da França, da Inglaterra - todos países que oferecem sistema universal de saúde à população, o tachado pejorativamente de "medicina socializada" pelos governantes yankees.
Tratamento digno, gratuito e de extrema qualidade. Isso eu comprovei em Londres, quando fiz um check up médico na chamada Clínica da Mulher. Absolutamente de graça todos os exames, não pediram nem meu passaporte e o que mais me impressinou foi o cuidado na entrega do resultado do exame de sangue. "Você tem alguém em casa que pode te dar o devido suporte quando chegar o resultado, caso seja necessário? Se não, preferirmos que você retire daqui a seis horas aqui na clínica, onde olharemos juntos".
1 comment:
Em relação a essa história dos EUA, como diz o Ancelmo Góis, "deve ser terrível morar num lugar desses..."
:)
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