Thursday, March 11, 2010

É difícil escolher no presente o que talvez aconteça no futuro

Uma sábia atitude nessas fases de transição de vida é manter-se aberta.
- Novas oportunidades, sejam bem-vindas, a casa é de vocês.

Dar chance ao desconhecido, ou pelo menos uma reflexão serena se vale mesmo a pena. Respirar antes de aceitar ou recusar de primeira mão. Fala sério, como é difícil. Ou só acontece comigo?

Como a gente quer logo preencher esse espaço aparentemente vazio com atividades, como é difícil manter-se nesse limbo com tons ora irradiantes, ora opacos.

Libriana´s talk
Faz quase uma semana que fiquei sabendo que importantes projetos que estava engajada e que começariam imediatamente não vão mais rolar. Outras ofertas, porém vem aparecendo, muitas fora de São Paulo. O que será melhor para mim? Financeiramente? Que toca o coração? Será que dá para coordenar duas delas ao mesmo tempo e ainda ter tempo para mim? Talvez comece em abril? Era para ontem? Ou uma ou outra? Mas qual?

Oráculo
Penso no que eu tenho agora de concreto, além das dúvidas. Hã?
Decido agendar um mapa astral com a Lama Tsering, que comanda o centro de budismo tibetano Odsal Ling. Apesar de nunca ter pensado em fazer nada desse tipo, o desejo soou como bem racional, como a coisa a ser feita. Já ouvi vários ensinamentos muito profundos da Lama, que é, digamos, bem direta ao ponto (uma versão Vajrayana de Carolina Cordioli). Me conforto com a ideia de ter uma espécie de oráculo divino, com pontuações cósmicas, para me ajudar nas escolhas.

A assistente da Lama me liga avisando que o encontro terá que ser reagendado para a próxima quinta-feira, a não ser que fosse uma "emergência". Bom, pensei, se consegui sobreviver 32 anos sem nenhum mapa astral, não devo precisar de um pronto-socorro espiritual nesses sete dias. Respiraremos até lá, refletindo sobre a impermanência, o não-controle de tudo, os yamas e niyamas do yoga, o caminho óctuplo budista. Tenho um longo repertório de teorias a ser praticado.

Desencontros
Muitos amores começam no ocaso, naquela coincidência mágica de ambos estarem em um mesmo lugar dentre tantos outros que poderiam ter escolhido. Os desencontros de momentos de vida, que resultam em separação, porém, faz a gente desdenhar a magia e sentir aquele gosto meio-amargo de frustração. Por que Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca?
Sinto muito, mesmo.

Foto by Carline Piva, em Porto Belo (SC). Caminhando na praia, também questionando escolhas

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