Thursday, March 18, 2010

Respire, e vá além das suas emocionalidades

Não tenho o hábito de chegar em casa à noite e ligar a TV para "descontrair", porém ontem deu vontade. Surgiu (no GNT) a imagem de um médico serrando a perna de uma japonesa, naquele procedimento maluco de quebrar os ossos, a fim de ganhar de 5 a 7 centímetros na altura.
Um ano de licença do trabalho, com dores absurdas, para conseguir "sobressair-se no mercado de trabalho", ter "mais autoconfiança", " se sentir mais bonita", "mais capaz"? Meu estômago embrulha, em parte porque não consigo ver imagens de sangue, agulhas e cirurgias, mas também pelo absurdo da situação. A que se presta o ser humano. Desliguei a TV.

Reflito em tantos amigos e conhecidos que neste momento passam por situações difíceis de vida... falta de grana, ausência completa de vontade de viver aos trinta e poucos anos, distúrbios alimentares, zibutramina, antidepressivos, dramas emocionais infindáveis.

Não há poesia inspiradora ou conselho de autoajuda suficientes para reverter esse fardo pesado se não houver, antes de tudo, uma dose cavalar de generosidade. Para consigo mesmo.

Acolha o sofrimento de uma forma honesta, serena, aprenda a ser generoso com suas próprias fraquezas e idiotices. Você é um desanimado que fugiu do convívio com o mundo? Só pega barango na night para não ficar sozinha? Torra todas as horas do dia em trabalho para evitar o silêncio? Come (ou deixa de comer) por compulsão?

Respire. Não é fácil, eu sei. Todos os seus motivos para sofrer são absolutamente pertinentes.

Mas, sinceramente, vá além. Peça ajuda, se for preciso. E se permita ir além.

Om Gate Gate Paragate Parasamgate Bodhi Soha.

Foto by Carli, 2007, Bodega Bay

2 comments:

Dani Barbará said...

conte sempre comigo! beijos

Carline :) said...

É nóis, baby. É nóis :)