Foto by Niobe Cunha
Quando conto que conheci recentemente o Vale do Matutu, as pessoas perguntam se tomei o chá de Daime (ayahuasca). Até então, nem sabia que por lá existe uma comunidade daimista super enraizada (falando em raízes he he he). Respeito quem toma, mas o Daime, por ora, não é a minha praia.
Minha curiosidade, na verdade, foi investigar mais sobre a comunidade que "vive de luz", que, olha só, também vive naquelas redondezas. Gente, esse sul de Minas é praticamente uma Chapada Diamantina! É só jogar no google "viver de luz" que aparece um monte de links, principalmente histórias de pessoas que deixaram de comer há mais de dez anos e sobrevivem à base de “prana - energia universal que é obtida a partir da respiração e da absorção da luz solar”. Particularmente, eu só acredito vendo e acompanhando 24 horas do dia de uma pessoa que vive assim. Com câmera vigilando até no banheiro para garantir que ninguém surrupiou um biscoitinho.
Enquanto isso... no retiro de yoga, tive a oportunidade de conhecer um moço que completou o programa de 21 dias sem comer nadica de nada. Nos primeiros sete dias, você fica completamente sem água, inclusive. Posteriormente, rola alguns sucos. E, quando termina o programa, muitos optam por esse, digamos, estilo um tanto quanto exótico de vida. Ele me contou que perdeu 18 quilos nessa vivência e que considera “esse o maior presente que se deu na vida.” Por que? Pois durante essas semanas, você dá uma pausa também das pessoas, do mundo, se permite repousar, além de manter uma auto-observação além da zona do conforto. Em suma: ir além do conhecido. Gate gate paragate...
Apesar de ADORAR conhecer coisas novas, descobrir, experimentar... devo passar essa. Não tanto pelo jejum de comida (isso é pleonasmo?), mas só de pensar em ficar sete dias sem beber água, logo no início, seria um desafio muito torturante. Deixo para o Manfred, que é bem mais corajoso ;)
Quem sabe, algum dia, em que tenha 20 quilos sobressalentes para investir na experiência?
Monday, December 06, 2010
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2 comments:
(risos) Devo dizer que é esforço bem determinante a ser realizado. Até porque vencer o jejum completo (recomenda-se ficar em falar com outras pessoas também) fisicamente é fácil, basta ter repouso.
A parte mais árdua, quando tentei o processo, foi o trabalho mental e a vivência de um Tempo que parece ficar 5 vezes mais lento para passar.
Mas vai lá Cá, jejum de palavras tú sobreviveu tão bem que ficou num 'vácuo' ainda, depois que voltou. rs
Olá Manfred,
Prazer em te ler. :) Permite 1 pitaco?
Quando silenciamos percebemos o quanto falar atrasa o raciocínio, porque nossos pensamentos são mais rápidos que a oratória e gastam menos energia.
Emerge desse processo o nosso dialogo interno mais profundo, levando a uma estrada de autoconhecimento enquanto aquelas reservas inutilmente acumuladas são gastas... Percebe-se que o corpo humano precisa muito menos do que consumimos para funcionar até melhor do que funciona com a costumeira sobrecarga de açucar, proteína e gordura que compõe a dieta comum...
Ao mesmo tempo esse processo nos deixa muito vulneráveis, pois há menos energia também para nossas defesas, tanto naturais quanto psicológicas, sendo recomendável procurar locais idôneos e éticos para aprender e praticar.
Ca_e,
Alem de curiosa vc tb parece muito desconfiada:
"Com câmera vigilando até no banheiro para garantir que ninguém surrupiou um biscoitinho"
;-) Queres um Big Brother?
(ah, é vigiando tá Cataritaliana)
Amiga, quem mais se expõe à riscos é o praticante honesto e não a platéia... No seu caso, a falta de gordura corporal apenas apressaria o processo, já que sua dieta costumeira já é ajustada e próxima da ideal, residindo a dificuldade, como todos que te encontram percebem, na contenção da sua expressividade e hiperatividade naturais. Fazendo justiça, duas das suas melhores qualidades.
Inté gt.
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