Thursday, June 16, 2011

Perceber - Sentir - Trocar: ICHI-GO ICHI-E

Vários encontros para partilhar yoga e chá resultaram no Espaço Respire, que eu, Erika Kobayashi (jornalista e editora do http://www.cerimoniadocha.com.br/) e Flávia Sakai (arquiteta e designer) organizamos durante a Virada Sustentável (4/5/11), no belo espaço da Casa das Rosas, em Sampa. O frio intenso não espantou os participantes.

Revendo hoje as fotos tiradas por Cássia Hosni e Eduardo Burckhardt, percebo o quão poético foi esse momento/evento!

Refaço o convite, agora, para você fazer uma pausa, esquentar a água para preparar um bom chá, inspirar de forma plena e apreciar tudo isso, abaixo e ao seu redor.

Erika nos conta que a Cerimônia do Chá surgiu no século XVI no Japão e tem como grande referência o mestre Sen Rikyu, que introduziu o conceito de ICHI-GO ICHI-E (literalmente “Uma única vez, um único encontro”).


Mais do que um ritual complexo influenciado pelo Zen Budismo, com uma série de passos e movimentos rigorosamente concebidos para serem precisos e um espaço englobando alguns elementos, a Cerimônia do Chá é a arte de celebrar um encontro único entre anfitrião e convidado(s) reunidos para degustar um bom chá.


Os quatro preceitos da cerimônia são: Harmonia, Respeito, Pureza e Tranquilidade.


A tranquilidade começa pelo relaxamento de nosso corpo. Por isso, ensinei exercícios práticos para que o movimento da respiração aconteça de forma plena, preenchendo as áreas abdominal, torácica e do alto do peito. Nosso bem-estar está intrinsecamente relacionado à nossa respiração.


O que significa respirar melhor? Basicamente é não respirar encurtado, fechado no peito, o que geralmente acontece no nosso cotidiano agitado. Conectando com a respiração, podemos relaxar o corpo e a mente, de forma a apreciar mais a vida.


A cultura japonesa ensina a importância da valorização do presente e a atenção constante. Buscando o nosso bem-estar individual, acabamos proporcionando um coletivo mais harmônico.


Inspire. Expire.




Relaxe.


E as estudantes de jornalismo da PUC arrasaram no modelito Profissão Repórter. Na minha época de UFSC, éramos tão mais ripongos... he he he


" Cultivando a si mesmo, cultiva-se o mundo".


Palavras da Erika: “Foi surpreendente como em uma tarde fria, 60 pessoas se reuniram em plena Avenida Paulista, para respirar, degustar um bom chá, trocarem entre si e apreciar a beleza de coisas simples. Foi um silêncio tocante e uma inspiração para quem busca qualidade de vida e de relações”.




Esta aqui é a caneca tradicional usada pelos japoneses. No evento, todos trouxemos o nosso próprio recipiente, com as nossas próprias marcas e lembranças.


Incensos, claro! (Foto conceito do Dudu)




Pequenos marcando presença (e com pernas cruzadas já na postura completa do lótus)







A Perséfone querida, companheira de preparativos da Virada Sustentável, também compareceu!


Agradecemos pelo apoio recebido da Inti Zen, The Gourmet Tea, da equipe de produção da Casa das Rosas (valeu, Beto!) e do João Nemeth, da FF Produções Artísticas, que nos cedeu o linóleo para forrar o chão. A Japonique também doou uma série de canecas estilizadas, que foram sorteadas. As parcerias se estabeleceram com base na gentileza.



A cerimônia terminou com um passeio pelo jardim, no qual Flavia explicou sobre o “wabi sabi”: “É um conceito estético que significa a beleza do imperfeito, do efêmero, do inacabado.



Como estilo de vida, ele nos propõe seguir o fluxo natural da vida, aceitando com leveza e graça os nossos defeitos, nos aproximando da nossa própria essência e do lugar, dentro de nós, onde existe paz, serenidade e harmonia”.
Tudo que tem uma história por trás se torna mais belo.
E todo encontro é capaz de promover transformações.



Permita-se.


Fotos: Cássia Hosni, Eduardo Burckhardt e Carline Piva, junho 2011

2 comments:

Adriana Braga said...

que legal.. Bonito! Parabéns Carline. Bjs.

Sandra said...

Que maravilhoso esse encontro para o tradicional chá.Estou cada dia mais apaixonada pela cultura e filosofia japonesa.Acho que esse encontro deveria acontecer em cada canto das cidades brasileiras, com a intensão de ajustar o ser humano aos valores perdidos.A técnica de respiração é algo que me intriga,tento sozinha por horas a fio ao meditar e me sinto meio incapaz de respirar direito.Como gostaria de ter participado desse encontro mágico,quem sabe numa próxima vez...Parabéns por nos tornar melhores como pessoas com informações e valores que muitas vezes esquecemos a um canto.beijo no seu coração.