"É relativamente fácil ensinar uma matéria acadêmica, mas ser instrutor de arte é muito difícil, e o mais árduo é ser professor de ioga...

... porque esses professores devem ser seus próprios críticos e corrigir sua própria prática. A arte do ioga é inteiramente subjetiva e voltada para a prática. Os professores de yoga devem conhecer o funcionamento do corpo todo; têm de conhecer o comportamento das pessoas que vão até eles e saber como reagir; devem estar prontos para ajudar, proteger e salvaguardar seus alunos" B.K.S Iyengar em seu livro "A Árvore do Ioga - A eterna sabedoria do Ioga aplicada à vida diária" (Editora Globo).

Mais uma sessão de adho mukha svanasana (em português seria a postura do cachorro olhando para baixo, vide figura acima). Desta vez sem poder mexer o ombro esquerdo, devido ordens médicas. O meu cachorro manco é incômodo. Pego o cinto na parede, ajeito em volta da cintura e recomeço, aliviando o peso nos braços. Aprendo a contornar meus limites. É preciso ter paciência.

Da animada época de bartender na Inglaterra, herdei uma dorzinha incômoda mo ombro, creio que de tanto carregar engradados de bebidas (feminismo, feminismo... eu fazia questão de direitos iguais. Bah!). Somente dois anos depois, tomei vergonha e fiz uma ressonância magnética. Saí do ortopedista direto para o fisioterapeuta, com esperança de recuperação total (uhu) após todas as sessões de raios microondas, choquinhos elétricos, exercícios com pesinhos e intermináveis bolsas de gelo. Como a Cinthia consegue, Jesus?!!!

O ombro em repouso não ousou seqüestrar a minha disposição de iniciar e aproveitar bem a formação complementar em yoga, que rolou este final de semana no Surya, um lindo espaço aqui na Vila Madalena. O curso de três anos é de Iyengar Yoga, um método criado pelo mestre indiano de mesmo nome, que desenvolve força e flexibilidade utilizando vários acessórios, conhecidos como props. Dá-lhe almofadão, cadeira, bloco, cinto, cobertor... Sigo feliz com meus estudos de yoga e, amanhã, recomeçam os cursos de filosofia budista no Instituto Nyingma. Afinal, é preciso também treinar nossos corações e mentes, como já bem disse Dalai Lama.

Om shanti, shantihi!