Quando morre uma flor nós não choramos. Sabemos que ela é impermanente. Se praticarmos conscientes da natureza da impermanência, sofreremos menos e aproveitaremos mais a vida. Se sabemos que as coisas são impermanentes, cuidaremos de aproveitá-las no momento presente. Nós sabemos que as pessoas que amamos são de natureza impermanente, então tentamos fazê-las felizes agora, da melhor maneira possível.
A impermanência não é negativa. Alguns budistas acham que não devemos apreciar nada, porque tudo é impermanente. Acham que emancipação é livrar-se de tudo e não apreciar nada. Mas quando oferecemos flores a Buda, acho que ele vê a beleza das flores e as aprecia profundamente."
Li em apenas um dia o livro Cultivando a Mente de Amor, de Thich Nhat Hanh, e achei muito inspirador. Ele conta da paixão "por acidente" que teve por uma monja e como conviveram e amadureceram esse amor, completamente à distância, em suas vidas de monge e monja. Muitos livros budistas são densos de conceitos, tornando a leitura pouco fluida, o que geralmente não acontece com as obras de Thich Nhat Hanh. Ele tem o dom de escrever de forma poética, inclusive sobre vacuidade, e pede que as palavras simplesmente derramem como uma "chuva dhármica", em que não precisamos forçar o nosso racional na tentativa de captar as ideias. De forma leve, tudo vai fazendo sentido quando tiver que fazer sentido.
"(...)Onde estaremos dentro de trezentos anos?
Abrimos os olhos e o abraço.
Descansando na dimensão suprema,
usando montanhas nevadas como travesseiro
e belas nuvens rosadas como cobertor.
Nada falta" (...) (pg. 120)
2 comments:
Amei esse post.... posso colocar no meu blog, colocando a referencia do seu?
bjuuu e saudade
Oi, querida! Pode sim, claro. Vamos disseminar a impermanência por aí ;)
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