Caminhando pelas ruas estreitas de Truro, vi uma placa de "precisa-se de staff (meio período)" em uma loja que vendia artefatos budistas e tudo o que era quinquilharia da Ásia: incenso, joias, roupas, música indiana, tapetes.
Me contrataram, como vendedora, tão logo sorri e disse “Hi!”. E foi lá, na Garuda Trading, que tive a oportunidade de conviver com Vici e o casal James e Pema. Eles não eram nem um pouco comuns. Inspiravam plenitude e expiravam doses cavalares de generosidade. Nos pequenos gestos, tão acolhedores; nas respostas, sempre sinceras. Isso é que eu quero ser quando crescer! – suspirei.
Decidi investigar como era possível viver assim. Fui introduzida no grupo semanal de meditação, nos cantos devocionais de mantras, nos pujas a Chenrezig. Descobri, para espanto meu, que é preciso treinar o coração e a mente para sentir a verdadeira compaixão e amor incondicional por todos os seres sencientes.
Só aí prestei atenção na figura de Buddha, um ser humano (e não um deus), nascido príncipe na Índia, absolutamente questionador, que com apenas 35 anos descobriu o fim do sofrimento, após anos de meditação, criando um método para que todos possam atingir esse estado de iluminação. Se necessário for, digite no google: as Quatro Nobres Verdades do Budismo ou Siddharta Gautama.
Porque o quero te contar agora é que Buddha veio depois.
Antes dele, vieram Vici, Pema e Jamie. Que me escancaram o coração ao mostrar, na prática, assim tão visível e simples, o quão vasto e belo é o nosso potencial humano.
Faz seis anos que sigo esse treinamento.
Foto: não faço ideia de quem tirou, mas pelo menos lembro que foi no Nepal rs