Friday, November 19, 2004

Ping

Dia recém começado e eu com a agulha picada na veia. O sangue preguiçoso decidiu sair em gotinhas meditativas... Ping (pausa) ping (pausa) ping... e a coleta de sangue foi uma tortura. Odeio esses check up médicos. Tomara que não tenha nenhuma pereba da Índia incubada.

A Mari chuchuzíssima veio me visitar. Foi a primeira amiga do peito a chorar de saudades ao me ver. Isso vale mais do que registro! Obrigada, querida! :) A Mariane é minha amigona desde o colégio e quando eu fiz crisma (sim, confesso! Sempre fui chegada a aprender como se tornar uma boa moça católica) convidei ela para ser madrinha. Célebre cena de novela: ela entrando na igreja comigo e o padre confuso sem saber qual era a crismanda e qual era a madrinha porque tínhamos os mesmos 15 anos de idade. Escolhi a madrinha mais enxuta e gatinha da paróquia hahahah

Encontrei o belíssimo texto da Cecília Meireles sobre a Saudade. Apertou o coração ao pensar na vida em Cornwall. Amanhã vou beijar o oceano brasileiro. Eu e Tana (prima) vamos para Itapema às 8 da matina. Muitas mangas doces e morangos suculentos para fazer piquenique...

"Da saudade...

A natureza da saudade é ambígua: associa sentimentos de solidão e tristeza, mas iluminada pela memória, ganha contorno e expressão de felicidade. Em geral, vê-se na saudade o sentimento de separação e distância daquilo que se ama e não se tem. Mas todos os instantes de nossa vida não vão sendo uma perda, separação e distância? O nosso presente, logo que alcança o futuro já o transforma em passado.

A vida é um constante perder. A vida é, pois, uma constante saudade.

Há uma saudade queixosa: a que desejaria reter, fixar, possuir. Há uma saudade sábia, que deixa as coisas passarem, como se não passassem. Livrando-as do tempo, salvando a sua essência de eternidade. É a única maneira, aliás, de lhes dar permanência: imortalizá-las em amor.

O verdadeiro amor é, paradoxalmente, uma saudade constante, sem egoísmo algum."


(Cecília Meireles)

1 comment:

Anonymous said...

Ô, filha! Que tal passar o telefone de Bruxxxxxxque pra gente te ligar e poder conversar contigo? Não consegui ouvir a tua voz até agora... humpft.
Tudo bem, a culpa também é minha. Mas essa semana de volta de férias foi O caos. Tudo atrasado no trabalho, a casa uma zona, muita roupa pra lavar, lições de francês a recuperar e por aí vai...
Se vc me der teu telefone, prometo te ligar logo!
Beijos, Cami