"Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho de terra tão pequeno?" (Caetano Veloso)
Esta é a música que embalou uma das partes mais criativas da nova coreografia do Grupo Corpo. No canto direito do palco, aparece de cócoras e cabeça baixa um negão todo besuntado de óleo. Com movimento bem lento, ele vai meio que engatinhando/arrastando para frente, sem nunca mostrar o rosto. Uma luz vermelha dá o efeito visual necessário para que o bailarino pareça mesmo um bicho, um inseto, sem muita forma definida. É muito interessante! No final ele fica em pé e está completamente nu, com o balangandã de fora. A amiga Scheila Margarida, que tava na coxia ajudando a troca de figurino, confirma: era pequeno mesmo (hahaha quero meu ingresso de volta!)
O Corpo repetiu o espetáculo do ano passado, batizado de Lecuona, e eu achei mais lindo que Onqoto. Era uma série de pas de deux incrível, com trilha sonora em espanhol.
Quanto a música que o Caetano compôs especialmente para Onqoto, bom, eu achei beeeeeem "caetano", na sua mais tradicional mesmice "do onde/longe do longe/some"... não muda, né?
Segue outra composição inédita: "pesar de tudo/ pesar do peso/ pesar do mundo/ sobre si mesmo/ pesar de nuvem/ pesar de chumbo/ pesar de pluma/ pesar do mundo"....
Bahhhh, esse trocadilho de palavra já deu pra bolha. Inova, Caetano! Ah! Ele bem que tentou: " se tudo começou no big bang/ só tinha que acabar no big mac"
Saturday, August 20, 2005
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