Thursday, March 31, 2011
A música mais linda do mundo (sim, ando cheia de superlativos)
Versão com Tom Jobim no piano, Telma Costa e Chico Buarque (tão novinhos)cantarolando.
"Se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu..."
Tuesday, March 29, 2011
OMS inclui espiritualidade nos aspectos para avaliar qualidade de vida
Ainda na família, muitos anos depois do fato relatado acima, minha mãe desenvolveu a doença de Alzheimer e morreu há dois, aos 79, depois de 10 anos de muito sofrimento. Acredito ser dispensável falar do meu interesse em compreender a velhice e tentar não somente estudá-la e pesquisá-la, mas, principalmente, percebê-la e senti-la. Foi o que tentei fazer por minha mãe inúmeras vezes, quando ela não mais podia: sentia frio por ela, calor, fome e tudo o mais possível por ela. Penso que apenas quando nos abrimos para a percepção e para o sentimento do outro é que podemos começar a elaborar alguma ação transformadora para colaborar em seu benefício.
A velhice, até muito pouco tempo, era tida como algo humilhante e vergonhoso, um tabu que se tentava não falar, nem comentar. A escritora Simone de Beauvoir comenta em seu livro A velhice, escrito em 1970, que quando dizia que estava desenvolvendo um ensaio sobre a velhice quase sempre as pessoas exclamavam: ‘Que ideia! Mas você não é velha!. Que tema triste...’” Ela diz em seguida: “Aí está justamente por que escrevo: para quebrar a conspiração do silêncio”.
Esse é o texto de introdução da dissertação de mestrado em ciências da religião da PUC Minas de Anna Cristina Pegoraro de Freitas, de 54 anos, sobre Espiritualidade e sentido de vida na velhice tardia . Em quase 200 páginas, ela mostra o sentido de espiritualidade adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Espiritualidade é o conjunto de todas as emoções e convicções de natureza não material que pressupõem que há mais no viver do que pode ser percebido ou plenamente compreendido, remetendo o indivíduo a questões como o significado e o sentido da vida, não necessariamente a partir de uma crença ou prática religiosa. Reconhecendo sua importânica para a qualidade de vida, a OMS incluiu a espiritualidade no âmbito dos domínios que devem ser levados em conta na avaliação e promoção de saúde em todas as idades”, diz.
Leia matéria que saiu no Estado de Minas na íntegra.
A frase do dia nem minha é
;)
E o dia de ontem começou com a pergunta da colega de trabalho: "Carline, você sabe manipular uma vértebra?"
Monday, March 28, 2011
Na madrugada, o que mais gostei
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto"
Paulo Leminski (Amor bastante)
E esta semana começa exatamente como todas as outras: repleta de possibilidades.
Sunday, March 27, 2011
Hora de colocar o coração em forma
Sunday with Franz Ferdinand
"My words and smile are so easy now
Yes, It's easy now
Yes, It's easy now..."
Domingo longe do computador. Melhor assim.
Friday, March 25, 2011
Para respirar de forma mais expansiva...
Espaço no corpo, procurando abrir o peito e ampliar a caixa torácica.
Espaço na própria vida, arranjando mais tempo para si mesmo, priorizando escolhas, conectando-se com o que realmente é capaz de promover abertura do coração.
Nas fases em que nos sentimos retraídos, recomendo um asana que gosto muito de praticar, supta purvottanasana. Em sânscrito, purva significa "Leste"; a postura indica que toda a parte da frente do corpo está em alongamento intenso (uttana). A parte de trás do corpo é chamado de Oeste (paschima).
Você vai precisar de um bolster (almofadão) e dois blocos. Sugiro fazer a postura com os pés tocando a parede, contribuindo para manter o alinhamento durante a permanência.
Sente em cima do bolster, ainda de joelhos flexionados e pés no chão. Coloque um bloco debaixo das escápulas (bem na linha do sutiã para as mulheres) e o outro bloco para sustentar o peso da cabeça. Estique as pernas, abra os braços lateralmente e relaxe os ombros em direção ao chão, abrindo bem a cabeça do úmero (o osso superior do braço).
Na postura, procure:
- deixar os pés ativos, separando os dedos dos pés e crescendo com os calcanhares longe do quadril;
- sugar as patelas (ossinho móvel do joelho) para cima e fazer uma rotação interna dos músculos da coxa (de fora para dentro);
- manter o cóccix para dentro, a fim de não prejudicar a região lombar;
- alongar igualmente os dois lados da cintura;
- relaxar a garganta e todos os músculos da face;
- relaxar as expectativas e os pensamentos.
Inspire de forma profunda, procurando expandir os pulmões lateralmente, de forma a ampliar o tórax.
Expire longamente, de preferência em intervalo maior que a inspiração. Isso contribui bastante para o relaxamento.
Não existe tempo ideal, mas sugiro permanecer pelo menos cinco minutos no asana.
Agradeço muito a Erika por demonstrar o supta purvottanasana. Enjoy.
Bom fim de semana, de peito bem aberto e respiração ampla ;)
Photos by Carli, 18/03/11.
Ôoo, Cosmos, escolha outra vítima (me erra)
Libra
"Marte começa a se unir a urano e o sol em Áries trazendo ainda mais tensão aos seus relacionamentos pessoais e profissionais. Procure manter a calma diante de desafios e situações inusitadas. Medite."
Eu medito, sim. Posso cuspir para o Universo também? Ando malcriada ultimamente. he he he
Hoje acordei leve e inspirada, desafiando essa turbulenta conjuntura astral.
Fico feliz em saber que passarei o meu sábado em um treinamento de expansão da consciência, com o professor Arnaud Maitland, autor de "Viver Sem Arrependimento" e "O Trabalho como Mestre". It's time to breathe!
Wednesday, March 23, 2011
Michele van den Berg
Mijn mooie trekking partner - en zanger.
My lovely trekking partner - and singer.
Clique aqui para assisti-la cantando Cactus Tree no meu aniversário.
Da arte de viver sem chão
Sempre insista. Fale mais do que seja possível pensar. Insista. Temos que ter a capacidade de superar as resistências.Toda primeira conversa enfrentará uma série de incovenientes. Mas insista. Não recue com a gafe, com o estardalhaço, com a vergonha. Siga adiante. Comece a rir sozinha.
Rir é receber a pergunta: 'Do que você está rindo?' Rir é ser perguntado. Não há motivo para rir, rir é se abraçar.
Minha risada é meu gemido público. Acordar me deixa excitado.
Estrague fundo, o amor pode estar recolhido nela. Mas não aceite tão rápido o que ela não acredita. É disfarce, vivemos disfarçados de normalzinho, de ponderado, de retraído, porque a verdade, quando surge, toma atitudes impensadas, como comer algodão-doce nesta terça-feira diante de uma escola de normalistas. Que saudades de acenar para uma freira dirigindo um fusca. Deus é uma freira dirigindo um fusca. Tenho saudades de me exibir cortando laranjas. As tiras simétricas, os cabelos loiros da laranjeira. Tenho saudade de passear com a minha laranjeira.
Não se explique, insista. Eu não vou ficar esperando alguém me salvar. Eu mesmo me salvo. Eu mesmo me arrumo para a loucura.
Insista. O apaixonado cria sua boca. Cria sua boca para cada boca. Caso tenha prometido ir atrás dele, vá. Telefone, ainda que atrasada dois anos da promessa. Volte atrás, não queira pensar com os olhos, a boca são os olhos mais atentos.
Não se intimide ao encontrar seu homem no momento errado. É sempre o momento errado. Seja o momento errado da vida dele. Mas seja parte da vida dele.
Seja o erro mais contundente da vida dele. Seja a vida do seu erro, para ele errar mais seguido.
Talvez aquele amigo não converse para manter a aparência de misterioso. Talvez ele nem saiba conversar, seja incompetente. Insista. Uma hora ele vai tomar um porre do seu silêncio, sentar no meio-fio e falar aramaico. Todo homem guardado uma hora fala aramaico. Insista, esteja perto para o sermão dos pássaros no viaduto.
A vida mete medo quando ela não é formalidade, não temos como nos defender do que parte dos dentes. Tenha um medo assombroso da vida, que é mais justo, deixe a morte com ciúme e inveja, deixe a morte sem dançar.
Não fique articulando frases inteligentes, comoventes, certas. Insista. Sei o valor de uma fantasia, mas insista. Tropeçar ainda é andar, pedir desculpa ainda é avançar, concentre-se na dispersão.
Mas não crie arrependimentos por aquilo que não foi feito. Sejamos mais reais em nossas dores.
Tudo o que não aconteceu é perfeito. Dê chance para a imperfeição. Insista.”
Fabrício Carpinejar
Tuesday, March 22, 2011
Parto ativo, com Janet Balaskas
A sala estava lotada de gestantes com pelo menos cinco meses. Sentei em um canto afastado, com a intenção de ficar apenas observando. Mas quem disse que Janet me deixou ficar lá? “Join us, Carline, please”. Quinze minutos depois, estava ajoelhada de quatro, fazendo aaamplas rotações pélvicas, estimulando sons guturais para aflorar a minha essência feminina e visualizando “a cabecinha do bebê saindo” (Céus! Eu-ma-to-a-Ta-li-a). As barrigudonas em êxtase na postura do gato e eu me sentindo um felino magricela farsante.
Sobrevivente da experiência prática, me encantei com o jeito que Janet descreveu o período de gestação, a importância da respiração, as formas de preparação e a experiência do parto em si – que se chama ativo porque a “mulher redescobre o poder do instinto e o prazer de parir”.
Escrevo tudo isso porque Janet Balaskas virá pela primeira vez ao Brasil, no próximo mês, com programação em Curitiba e Sampa (palestra única no dia 21 de abril).
Mulheres que pensam em ser mães: não percam, mesmo! (Antes que alguém pegue no meu pé: não é este o meu caso).
Clique na imagem para ampliá-la.
Mais informações: http://www.aobabebe.com/
Monday, March 21, 2011
serve-se gentileza
Sunday, March 20, 2011
O início do meu outono revela tons dourados
Foto minha, 20/03/11
Friday, March 18, 2011
Thursday, March 17, 2011
“As pessoas têm uma obsessão neurótica pelo futuro”, Bhante Yogavacara Rahula
Bhante Rahula iniciou com a base primordial da filosofia budista (aquela que justamente faz quase todo mundo sair correndo he he he): de que a vida é sofrimento. Adoecemos, envelhecemos, perdemos entes queridos, morremos também. Tudo isso faz parte do nascer e viver como seres humanos. “Buddha é considerado um grande doutor porque seu principal interesse não era religioso ou metafísico, mas sim encontrar um fim a todo esse sofrimento”, explicou.
Usando o seu próprio corpo como laboratório de atenção plena e análise dos padrões mentais e corporais, Buddha identificou que as três principais causas do sofrimento são:
- Ignorância (não conhecer a verdade do eu ilusório, a interação entre o corpo e a mente e não saber como viver de forma harmoniosa com a natureza – exterior e interior);
- Cobiça, apego (tornar-se dependente de estímulos sensoriais externos e acabar exagerando em comida, bebida, prazeres temporários);
- Raiva, medo, ódio (emoções que afetam o organismo com doenças psicossomáticas).
Nesse sentido, a prática da meditação ajuda a relaxar a mente, a fim de observar tudo isso e avançar em um dos níveis de compreensão da sabedoria que é a impermanência natural de tudo e de todos.
Outras frases inspiradoras de Bhante Rabula:
“As pessoas perderam a habilidade de serem simples. A vida tornou-se por demais complexa; mentes ocupadas, com a necessidade de planejar o futuro a todo o momento. Dessa forma, as pessoas acabam não percebendo mais as mensagens sutis que o corpo envia. Há uma forte desconexão entre corpo e mente. As pessoas têm uma obsessão neurótica pelo futuro”
“Por meio da meditação, podemos aprender a controlar e purificar nossos pensamentos negativos, além de ganhar disciplina para viver de forma hábil”
“O primeiro estágio da meditação é conseguir viver no presente, acalmando o que chamamos de mente-macaco (monkey mind - que pula pra lá e pra cá). Um dos exercícios é prestar atenção no ar que entra e sai do corpo”
“Essa vibração de tranquilidade tem influência direta em níveis molecular e celular, mesmo em práticas curtas de meditação, entre 20 e 30 minutos. Com o relaxamento, você consegue observar e ir além dos seus impulsos neuróticos”
“Eis a fórmula: Sofrimento = dor x resistência.
Se a dor for nível cinco e a resistência também, o saldo será 25.
Se a dor for nível cinco e a resistência zero, o resultado será zero.
Lembrem-se que a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”
“A meditação budista não é apenas uma ferramenta para acalmar a mente. Nela está intrínseca a busca pela sabedoria”.
May all beings be happy and free from suffering
May all beings be happy and free from suffering
May all beings be happy and free from suffering
Photo by Carli
Virada Sustentável
Wednesday, March 16, 2011
Meus senhores, minhas senhoras, jovens e todos que passam por aqui
Já faz parte essencial dos cuidados diários para a preservação da saúde física e mental manter uma perspectiva aberta e leve mesmo diante dos pepinos do cotidiano. Bom humor não é artigo de luxo para ser conquistado aos finais de semana em botecos da Vila Madalena. É assunto extremamente sério, tema de saúde pública, ainda mais observando as estatísticas de que um dos medicamentos mais consumidos no ano passado pelos brasileiros foi o calmante rivrotil. O estresse já está no topo dos males que nos assola.
Foi lindo, ontem, ver plateia cheia na palestra sobre Meditação e Saúde promovida pelo Hospital das Clínicas/Faculdade de Medicina da USP. Ainda escreverei um comentário exclusivo sobre o que foi ensinado.
Por ora, sigo com minha campanha (às vezes um tanto quanto solitária) pelo bem-estar: meu e seu.
Inicie checando o corpo. Em intervalos periódicos ao longo de todo o dia, faça uma breve pausa (dois minutitos) para sentir a sua respiração e possíveis tensões nos ombros, na garganta e na barriga. Alongue os braços para cima, espreguiçando-se. Faça uma ampla rotação da cabeça (no sentido horário, invertendo depois). É isso aí, simples, simples.
Temine a pausa checando a sua mente. Assuma responsabilidade pelo seu estado mental e sinta-se plenamente confiante na sua capacidade de encontrar soluções positivas para os obstáculos e aborrecimentos. A vida é esse misto de sofrimento, impermanência e bem-estar. Até o fim (porque no final a gente morre mesmo. Na última vez que vi Sogyal Rinpoche, ele comentou: "As pessoas estão muito preocupadas com a morte. Não deveriam, pois todas serão bem sucedidas em morrer" ha ha ha).
Respirem.
Wednesday in SUCH a happy mood
Her Morning Elegance - Oren Lavie
"(...)Sun been down for days
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love
And she fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And she goes...
Nobody knows..."
Monday, March 14, 2011
E as damas mostraram-se à noite de hoje
"(...) pois só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas..." Raduan Nassar
Leia o post anterior: A dama é da noite ;)
Photos by Kelly Piva
Eu espero a chuva no altar
Não precisa ser poeta para fazer poesia.
A poesia não pergunta sua ocupação, ela pousa.
Estava na casa do meu cunhado, Gérson, quando o vejo xingar seus filhos Natasha e Lucas, que não paravam a mútua provocação. Aguardava um corretivo fúnebre, uma imprecação de trânsito, um palavrão gordo e ruidoso.
Mas que nada, que elegância para desaforar. Não ardia a ofensa. Não foi aquele pp, fm, m. Foi como uma música de Dorival Caymmi, mais plágio do mar do que coisa do homem. Ele disparou: Vai dormir para chover.
Ouviram isso? Vai dormir para chover. Essa foi a reprimenda, a terrível reprimenda que saiu de sua voz. Eu ouvi e pedi para ser insultado também.
Troque um desaforo por um poema. A boca não ficará mais perfumada, mas a terra sim.
Uma combinação mágica: quem não deseja dormir com chuva? Chuva e telhado, chuva e paz, chuva e meio-fio, chuva e janela, chuva e lençol limpo. Afinal, quantas madrugadas fui descansar esperando que a água lá fora alisasse minha testa e sufocasse a sirene do despertador com suas elegias de limo?
Dormir para chover. Dormir para ver se a chuva chega logo. Aguardar a chuva no altar. Casar-se com a chuva e seu toldo de neblina. Eu quero dormir para chover, como Manual Bandeira gritava pela Estrela da Manhã. Deixar que um lago se acumule nos vasos, que os chapéus fiquem murchos, que as plantas se estiquem em exercícios aeróbicos.
Dormir para chover. Assim como meus filhos falam boa noite quando vou cochilar de tarde no final de semana. Nem estão aí para o horário, estão preocupados em ser fiéis com o escuro que toma o quarto e a respiração dos pais. Dormir e pescar meus pecados, dormir e se arrepender.
A chuva é quando me confesso. Nunca poderia me salvar num dia de sol, numa manhã esquartejada de azul. Como pedir desculpa com a luz empurrando para rua? A redenção surge com a chuva, os relâmpagos montando pandorgas nos morros. A chuva me transporta para casa, para as gavetas, para o abajur. Aos lugares mansos de mim. A chuva, e lá vão os olhos a nadar ida e volta. Ida e volta. Ida”. Fabrício Carpinejar, em Canalha!
Bom dia! E a semana começa...
Photo by me. Rainy days in Minas Gerais, 2010
Sunday, March 13, 2011
Om mani peme hum
A água entrou com tudo na casa dos meus pais, que tristeza. :-(
Pensando na família em Brusque...
Três práticas traduzem a minha geração de mulheres de trinta e poucos anos: terapia, remédios para emagrecer e depilação à laser.
A busca pelo corpo ideal nos fazer acrescentar Zibutramina ao nosso sobrenome. E sem constrangimentos.
E, por último: pêlos, para que bloody hell tê-los?!! Qual é a razão masoquista de sentirmos aqueles picos de agonia terríveis nas puxadas de cera quente na virilha todo santo mês? Me abstenho de adentrar no capítulo “pêlos encravados, para que tê-los?”. Abraçamos a tecnologia do laser e deixamos o sofrimento de lado.
Pois é. Eu não faço terapia, nunca tomei remédio para emagrecer (nem para dormir, me acalmar ou me animar na vida) e nem aderi à depilação definitiva. A-há! Esse quadro há de mudar em breve.
Conheci umas clínicas estéticas e começarei minhas sessões comemorativas de despedida dos pêlos.
Agora, sim, me sinto nadando na mesma correnteza feminina.
O que me alimenta
Na Paulista, me deu vontade de assistir "Biautiful", com Javier Bardem, mas o Reserva Cultural me presenteou com "Poesia", o filme sul-coreano dirigido por Lee Chang-dong.
Um avó decide burlar o Alzeihmer ("a morte em vida") matriculando-se em um curso de poesia, enquanto acompanha o desenrolar de um crime cometido pelo neto e seus amigos da escola. "Minha filha disse que tenho alma de poeta porque gosto de flores e sempre falo coisas esquisitas", brinca a protagonista no filme. É fácil nos pegarmos desenvolvendo a nossa própria capacidade de algum dia escrever um belo poema. Filme tocante, de ritmo lento como os passos da velhice.
Encontrei por acaso Eva, companheira dos tempos das vacas gordas e anêmicas da Gazeta Mercantil. Outra boa surpresa. Caminhamos depois do filme. Ela até a Peixoto Gomide. Eu até a Alameda Itu, onde fui convidada para conhecer a casa da Marcinha, do Yoga, na doce companhia também da Edina.
Elas me apresentaram o som de Madeleine Peyroux (álbum Careless Love) e Stacey Kent.
Também me alimentei com Clarice Lispector, em Aprendendo a Viver:
"Em busca do outro
Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é o outro, são os outros.
Quando eu puder sentir plenamente o outro, estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada".
Marcinha é daquelas amigas que ao dizer tchau te presenteia com um chá verde orgânico e pede para você mandar mensagem dizendo que chegou bem em casa, pois é perigoso sair perto da meia noite. Gesto poético, dos mais legítimos.
E eu sigo com o inconsequente hobby de caminhar sozinha por Sampa pela madrugada. Pés quentinhos, olhos alertas.
O que te alimenta?
Foto divulgação.
Saturday, March 12, 2011
as they seem to be weightless, every time they seem weightless...
Do encontro com Márcia.
Letra pesada, mas os movimentos dos corpos chegam a ser hipnóticos.
Sábado lindo.
Friday, March 11, 2011
Sexta-feira de resoluções
Thursday, March 10, 2011
Wednesday, March 09, 2011
Tuesday, March 08, 2011
A dama é da noite
Toda ida para Brusque mexe comigo: me encanta, me entristece, me faz sentir saudades. Toda volta para São Paulo me deixa reflexiva, com ar bucólico, e ao mesmo tempo aliviada por retornar ao refúgio silencioso desta vida longe.
Da última visita em fevereiro, trouxe na memória uma dama da noite. Surgiu essa planta lá no quintal e, para minha surpresa, meus pais e minha irmã estavam unidos na tentativa de contemplar o desabrochar de uma flor pelo menos.
- Pai, eu peguei essa do pé e coloquei nesse vasinho, acho que ela ainda vai abrir.
- Não, essa já era. Tô pensando em colocar uma câmera para gravar a imagem.
- Vigília na madrugada?
- Line, tu acreditas que ela se abre uma única vez e depois morre? Imagina, uma flor linda desse tamanho...
Eu simplesmente ouvia todos eles, absorta pelo momento. Quem diria que aquela dama da noite, completamente murcha sobre a mesa, teve a qualidade de despertá-los da trivialidade do dia a dia?
Acontece
"Cerveja vende mais", brincou o gerente, quando perguntei cadê as minhas gérberas?
Eu me comprei cervejas então. Parabéns e felicidades para todas nós, queridas chuchuzinhas!
Carnaval em Sampa
Sunday, March 06, 2011
I want so much to open your eyes/ 'Cause I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes
Tell me that you'll open your eyes
Tell me that you'll open your eyes
Tell me that you'll open your eyes
Saturday, March 05, 2011
Feliz Ano Novo! Happy Losar!
Thursday, March 03, 2011
Losar começa neste sábado
Época de Novos Começos. Mais significativos. Permita-se.
Ilustração retirada deste blog.
Recadito yóguico
Venham alongar os ísquios e a mente antes do Carnaval. Entoaremos juntos o mantra alalaô.
Pessimismo encurta a vida
"Pessimismo encurta a vida
Um estudo publicado na revista Applied Psychology, 'Saúde e Bem-Estar', é o mais amplo levantamento já feito ligando felicidade a estados de saúde. Seu principal autor, o professor de psicologia Ed Diener, da Universidade de Illinois, analisou estudos de longo prazo de humanos, experiências com humanos e animais, e estudos que avaliavam o status de saúde de pessoas estressadas por eventos naturais.
'Resenhamos oito tipos diferentes de estudo', diz Diener, segundo a Science Daily. 'E a conclusão geral, para cada tipo de estudo, é que seu bem-estar subjetivo - ou seja, o sentimento de estar bem com a vida, e não estressado ou deprimido - contribui com a longevidade e com a boa saúde em populações saudáveis'.
Um estudo que seguiu cerca de 5000 estudantes universitários durante 40 anos, por exemplo, descobriu que aqueles mais pessimistas quando jovens morreram mais cedo que aqueles que escreviam diários positivos.
Houve algumas exceções, mas a maioria dos estudos de longo prazo revisados pelos pesquisadores mostraram que ansiedade, depressão, falta de prazer nas atividades diárias e pessimismo estão todos associados com taxas mais altas de doenças e vidas mais curtas.
Experimentos com humanos em laboratórios mostraram que humores positivos reduzem hormônios relacionados ao estresse, aumentam a função de imunidade e promovem a recuperação rápida do coração depois de grandes esforços. Em outros estudos, conflitos matrimoniais apareceram associados a curas mais lentas e respostas de imunidade mais precárias."
Wednesday, March 02, 2011
A palavra de hoje é...
Na verdade, há palavras que ressoam melhor em inglês... Surrender.
Aos acontecimentos não planejados
Às gentis surpresas que roçam até a fáscia que envolve nossos órgãos viscerais
Ao marzipan tea
À memória da massagem que recebi da Flávia e da água parada do reveillon Eu mereço!.
Ao "que temos pro almoço, cara Cilenita".
Hoje me entreguei à ousadia de dizer não para duas propostas de trabalho. Sabe aquela linha tênue - que vive nos escapando em Sampa - de que é preciso saber viver?
Foto by Erika Kobayashi, fev 2011